14/06/2025 106y1a

GASTOS DE LULA SÃO CRITICADOS PELA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS (CNI) 4uf45

CNI critica gastos de Lula e estados com mais Bolsa Família que emprego

O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Ricardo Alban, criticou a falta de freio nos gastos públicos do governo do presidente Lula (PT) e a perda de sentido de programas sociais de transferência de renda que estariam chegado ao limite de prejudicar a economia e o crescimento do país. O alerta foi feito em artigo publicado nesta sexta-feira (13), no jornal O Globo, pontuando que não há mais espaço para tantos gastos públicos. E adverte que 12 estados brasileiros já têm mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada.

Ao citar barreiras que contribuem para um Custo Brasil estimado em R$ 1,7 trilhão por ano, Alban defendeu que indústria volte a ser protagonista para o Brasil rumar para o crescimento econômico e a melhora da qualidade de vida dos brasileiros, com geração de emprego e de renda.

“Os setores econômicos enfrentam um momento turbulento e extremamente difícil no país, com falta de gente para trabalhar, juros altos, preço da energia exorbitante, gastos públicos sem freio e custos excessivos para produzir. O Custo Brasil chegou a um nível em que a indústria brasileira cada vez menos consegue competir no mercado internacional. A consequência é que o nosso produto fica mais caro, o cidadão perde o poder de compra e vive cada vez mais dificuldades para se manter”, condenou o presidente da CNI.

Mão de obra escassa

As cobranças que citam a necessidade de “colocar o trabalhador de volta no mercado formal de trabalho” ocorrem menos de duas semanas após a indústria ser o único dos três principais setores da economia a não crescer no 1 º trimestre de 2025, de acordo com a apuração do IBGE sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, no fim de maio.

Alban lembra que 40% da força de trabalho no Brasil ainda está no mercado informal, em um contexto de uma legislação trabalhista entre as mais rígidas do mundo. Além de ressaltar que o debate é ainda mais relevante diante da baixa produtividade e da escassez de mão de obra qualificada.

“Já é possível notar um movimento de aumento do mercado formal, mas ainda estamos muito longe do caminho ideal. […] Enfrentamos uma crise sem precedentes de falta de mão de obra em nossas fábricas, embora estejamos num momento de alta do emprego. Precisamos de muito mais trabalhador formal do que a quantidade que temos hoje”,

Taxação, custos e juros na contramão

O presidente da CNI criticou ainda que o ambiente ideal para o crescimento da indústria se faz com aumento de arrecadação baseado no crescimento da economia, não na contramão da criação de mais impostos, como nas recentes decisões do governo de Lula.

“No caso do Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF, mesmo com recuos do Poder Executivo, o setor privado brasileiro enxerga uma enorme imprevisibilidade com as mudanças que significam aumento dos custos para produzir. O Brasil ostenta uma das maiores cargas tributarias do mundo. Precisamos de um ambiente melhor para crescer”, reclamou.

Alban ainda combateu o aumento dos custos da energia, ao considerar inaceitável ter uma das contas mais caras do mundo. A crítica é feita no contexto da reforma do setor elétrico que é positiva por favorecer pequenos consumidores e abrir ao mercado livre. “Ampliar a tarifa social é louvável, mas desde que o custo não seja assumido por quem produz”, concluiu.


A taxa básica de juros da Selic em 1475% foi outro ponto criticado pelo representante do setor industrial, que classifica como avassalador o nível do impacto da escalada dos juros sobre a competitividade da indústria nacional. “O cenário piora condições já muito difíceis para a indústria, a principal prejudicada pelo Custo Brasil. Não é possível crescer num ambiente assim”, disse o presidente da CNI.

Pacto necessário, mas com o Brasil

Ricardo Alban cobrou a redução do excesso de gastos em todas as esferas públicas, ao expor que o governo arrecadou mais de R$ 170 bilhões com novas receitas e mudanças legislativas nos últimos dois anos. E cobrou consenso para o cumprimento de metas fiscais e políticas estruturantes.

“É hora de o Brasil se unir em torno de um grande pacto. Não um pacto para um governo, mas para 25 ou 30 anos. Precisamos construir consenso em torno de metas fiscais e de políticas estruturantes, garantindo o equilíbrio das contas públicas em conjunto com estímulos para os investimentos necessários”, propôs o presidente da CNI.

DP

Nenhum comentário: r5o70